quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sex In a Box

Começou esta semana o programa britânico, do Channel 4, Sex in a Box.
Instalada num estúdio está uma caixa de 12 metros quadrados, na qual entram pessoas para serem felizes. Há uma luz do lado de fora que indica em que fase estão: preliminares, coisa na coisa ou I-could-really-use-a-cigarrete-right-about-now.
Terminado o coito, saltam para uma entrevista em estúdio. Sim, sim. Comem-se ali e depois conversam sobre isso. Sobre o que fizeram e os sentimentos que tiveram e essas merdas. Clássico.
O programa tem gerado a polémica pretendida, as redes sociais estão em rubro, mas ainda assim as audiências desiludiram (welcome to almost everyone’s sex life).
Ora vamos lá ver. Eu tenho mixed feelings em relação a este formato. Se por um lado adoraria ir ver as entranhas da caixa - e quiçá dar uso ao tempo (enfim, já que lá se está) - por outro não vejo o que é que o facto de ser terem ali trocado fluidos uns minutos antes acrescenta à qualidade da entrevista. O pós-coital imediato ajuda? Há quem diga que sim. Uma sexpert citada pelo inglês The Independent diz que “If you get somebody who's just actually had sex, they're all high on it, all the hormones are racing through their body, you're gonna get a much more honest recall of how they feel about it." Pois. Mas esperem: estamos assim tão aborrecidos que queiramos ver pessoas depois do acto, que nós não vimos, a falar sobre o acto QUE NÓS NÃO VIMOS? É que ver sexo, eu compreendo. Que compreendo. Mas ver o depois? Descabelados, suados, esbaforidos, relaxados e nós à míngua? Hã? E é bom que pelo menos estejam a arfar, porque se nem isso, de que valeu a experiência? Para nós, claro, que podíamos estar a fazer o mesmo e a não falar a seguir sobre isso.
Até do ponto de vista do casal (até ver foram sempre casais: dois heterossexuais e um homossexual), também há questões logísticas que me apoquentam. Insonorização já sabemos que há.
Mas há uma cama?
Há um banco corrido?
Há um tapete e betadine para aplicar nos joelhos?
Há gadgets disponíveis ou cada um leva o que gosta?
Há ar condicionado?
Há bidé?
Há um espelho? Ou vários?
Há caixote do lixo?
Há tempo limite...? Esta é particularmente relevante, meu amigos. Se fosse comigo, se o momento estivesse a ser pleno de alegrias carnais, se já estivesse na vertigem dos múltiplos, admitiria eu que alguém tentasse fazer-me sair dali pelo toque de uma campainha ou com um educado bater na porta? (são ingleses) Não me parece. De Sex in a Box passaríamos rapidamente para Beast in a Box. Então convidam e depois não sabem receber as pessoas? (será que poriam uma vassoura atrás da porta?) (referência obscura a métodos antigos e rafeiramente comprovados de retirar convidados de casa).
Nop, não me convencem.
Ponham lá as câmarazinhas dentro da caixa e então logo falamos.



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